Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o Conselho de Administração de uma empresa é o órgão colegiado que recebe poderes dos acionistas para garantir que o direcionamento estratégico e de longo prazo estejam sempre alinhados com cumprimento do objeto social de cada negócio e com o interesse de todos os públicos com que se relaciona – acionistas, colaboradores, clientes, governo, meio ambiente, etc.

Para as grandes empresas o Conselho de Administração é prática fundamental e exigida pelos princípios de governança, em especial as S/As, que possuem esta necessidade por exigências regulatórias. Mas assim como diversas ferramentas de gestão utilizadas exaustivamente pelas grandes empresas, sua aplicação é 100% viável, com adaptações e recomendável, é claro.

Nas empresas em expansão e nas empresas familiares é muito comum as diretrizes entre sócios, gestores e operadores se cruzarem – não necessariamente convergirem –, isso porque nestas empresas os sócios ocupam mais de um papel simultaneamente, criando invariavelmente um conflito de interesse, dentro destes multiprofissionais.

Porque então a estruturação de um conselho de administração é recomendável? Pesquisa realizada pelo SEBRAE mostra que 29% das pessoas que decidem empreender declararam a independência como o principal motivo para decisão; e 17% se realizam pessoalmente com esta escolha.

É justamente esta independência aliada a satisfação de se fazer o que se sabe e gosta que muitas vezes encobre a razão e faz os empreendedores se precipitarem em decisões simples e cometerem grandes “suicídios empresariais”.

A presença de um conselho de administração é, justamente, o instrumento que consegue evitar estes suicídios, alimentados pela liberdade tão desejada e pela satisfação pessoal – por vezes reprimida em grandes corporações – ele buscará racionalidade a decisões e questionamentos importantes. O objetivo é aliar os anseios dos gestores e operadores, para fins estratégicos da empresa e dos sócios, que pela rotina, às vezes se esquecem de quem são.

Mas como então constituir um conselho administrativo em minha empresa? Hoje com o aumento de sua importância já possuem profissionais especializados neste segmento que podem ajudar a estruturar este colegiado. Mas isso requer algum recurso, e se este não é o seu ativo mais disponível neste momento, pode-se contar com voluntários como: amigos, parentes e outras pessoas em que você confie.

Atenção para um ponto importante: para escolhê-los, reconheça profissionais exemplares em suas áreas de atuação. Pois o que você quer é conhecimento de causa para te auxiliar, e não apenas uma simples opinião, certo?

Muitas vezes, abrir mão da liberdade desejada e da satisfação pessoal momentânea pode garantir a geração de lucro e estabilidade de longo prazo das empresas. Pense nisso!

Quer saber mais sobre como manter sua empresa em forma e gerar lucro mesmo na crise? Leia este artigo de Marcelo Scharra em entrevista para a Rádio 3 Rios.

– Marcelo Scharra,
especialista em gestão de negócios na Inside Business Design.